Bolsonaro veta distribuiĆ§Ć£o gratuita de absorvente para mulheres pobres
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Bolsonaro veta distribuiĆ§Ć£o gratuita de absorvente para mulheres pobres
O presidente Jair Bolsonaro vetou a distribuiĆ§Ć£o gratuita de absorvente feminino para estudantes de baixa renda de escolas pĆŗblicas e mulheres em situaĆ§Ć£o de rua ou de vulnerabilidade extrema. A decisĆ£o foi publicada na ediĆ§Ć£o desta quinta-feira 7 do āDiĆ”rio Oficial da UniĆ£oā.
A lei Ć© fruto do projeto 4968/19, da deputada MarĆlia Arraes (PT-PE), aprovado em agosto pela CĆ¢mara dos Deputados e em setembro pelo Senado Federal.
Conforme a lei, o programa tem o objetivo de combater a precariedade menstrual ā ou seja, a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessĆ”rios ao perĆodo da menstruaĆ§Ć£o.
O presidente argumentou que o texto do projeto nĆ£o estabeleceu uma fonte de custeio. A proposta surgiu na CĆ¢mara dos Deputados, foi aprovada no Senado e seguiu para a sanĆ§Ć£o do chefe do Poder Executivo.
Na decisĆ£o, Bolsonaro sancionou o projeto e criou o Programa de ProteĆ§Ć£o e PromoĆ§Ć£o da SaĆŗde Menstrual, mas vetou o artigo 1Āŗ, que previa a distribuiĆ§Ć£o gratuita de absorventes higiĆŖnicos femininos, e o artigo 3Āŗ, que estabelecia a lista de beneficiĆ”rias, que seriam:
- estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pĆŗblica de ensino;
- mulheres em situaĆ§Ć£o de rua ou em situaĆ§Ć£o de vulnerabilidade social extrema;
- mulheres apreendidas e presidiƔrias, recolhidas em unidades do sistema penal; e
- mulheres internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.
Trechos vetados
Conforme a justificativa do veto, a oferta gratuita de absorventes higiĆŖnicos femininos nĆ£o se compatibiliza com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino, alĆ©m de nĆ£o indicar a fonte de custeio ou medida compensatĆ³ria, em violaĆ§Ć£o Ć Lei de Responsabilidade Fiscal, Ć Lei de Diretrizes OrƧamentĆ”rias deste ano e Ć Lei Complementar 173/20, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao CoronavĆrus.
Foi vetado o trecho da proposta que previa que os recursos financeiros para o atendimento das presidiĆ”rias seriam disponibilizados pelo Fundo PenitenciĆ”rio Nacional (Fupen). A justificativa do governo Ć© de que a lei que criou o Fupen (Lei Complementar 79/94) ānĆ£o elenca o objeto do programa no rol de aplicaĆ§Ć£o de recursos do fundoā.
Bolsonaro tambĆ©m vetou o trecho da lei que previa que outras despesas do programa correriam Ć conta das dotaƧƵes orƧamentĆ”rias disponibilizadas pela UniĆ£o ao Sistema Ćnico de SaĆŗde (SUS) para a atenĆ§Ć£o primĆ”ria Ć saĆŗde.