Bolsonaro desiste de Renda Brasil e Bolsa Família segue até 2022
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Bolsonaro desiste de Renda Brasil e Bolsa Família segue até 2022
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu hoje ao noticiário de que a equipe econômica do seu governo considera o congelamento de aposentadorias para financiar o Renda Brasil. Bolsonaro não só negou o possível congelamento, como deu por encerrada até 2022 a discussão sobre o programa social que deveria substituir o Bolsa Família, criado durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, afirmou o presidente em vídeo publicado em suas redes sociais.
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Desde ontem, a imprensa brasileira tem repercutido uma declaração do secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Em entrevista ao G1, o integrante da equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes disse que defendia a desvinculação de benefícios previdenciários como aposentadorias e pensões do salário mínimo.
– Congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência, um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade.
– Como já disse jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos. pic.twitter.com/5j3oI6vcSK
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 15, 2020
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A medida defendida pelo secretário abriria espaço no Orçamento para financiar o Renda Brasil, já que na prática a desvinculação acarretaria num congelamento das aposentadorias. Segundo Rodrigues, ficaram sem reajuste por dois anos aposentadorias no valor de um salário mínimo, assim como benefícios com valores mais altos.
As aposentadorias e pensões hoje são reajustadas anualmente de acordo com o salário mínimo, que também tem reajuste anual. O reajuste acaba sendo pelo menos pela inflação porque a Constituição determina que o aumento do mínimo não possa ser abaixo disso.
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Renda Brasil substituiria Bolsa Família
Nos últimos meses, o Renda Brasil vinha sendo defendido pela equipe econômica de Bolsonaro como o sucessor do Bolsa Família, benefício instituído em 2003 por Lula e que unificou e ampliou programas existentes no governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A criação do Renda Brasil também ajudaria a dar continuidade ao pagamento de benefícios sociais que têm sido fundamentais para a economia durante a pandemia do novo coronavírus, como o auxílio emergencial, destinado principalmente a trabalhadores informais.
Fonte: Uol