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Dinha corta mais de R$ 19 milhões do Hospital Municipal de Simões Filho

O prefeito Diógenes Tolentino – Dinha (MDB), realizou uma Licitação para contratar a nova empresa que vai administrar o Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF). A Licitação ocorreu na última sexta-feira (30/08) na sede da Prefeitura Municipal e a empresa vencedora deve ser anunciada nos próximos dias. O problema é que a licitação feito por Dinha corta mais de R$ 19 milhões do orçamento que seria destinado a principal unidade de emergência da cidade, o Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF).

Ao todo, seis empresas estão participando do processo de licitação, são elas: Pró Vida, Comunidades Cidadania e Vida – COMVIDA, APMI, IBRAPP, Fabamed, Edtress.

De acordo com o Edital de Licitação, a nova empresa terá contrato de R$ 42,7 milhões por 2 anos, o que correspondente ao valor mensal médio de R$ 1,7 milhões. Atualmente, a prefeitura paga a APMI, empresa que administra o hospital, R$ 2,6 milhões mensal, ou seja, com a nova licitação e o novo contrato, Dinha corta R$ 824 mil reais por mês, o que corresponde a um corte de R$ 19,7 milhões em dois anos de contrato, cerca de 31% a menos.

Valor do novo contrato

Ainda segundo o Edital, a prefeitura justifica que o valor do corte estabelecido nesse novo contrato “foi definido em função de pesquisas realizadas em unidades de saúde similares, procedimentos pactuados, números de leitos, quantidade de saídas hospitalares, valores dos insumos, valores de salários, valores de infraestruturas e valores históricos municipais”.

Situação pode agravar

Especialistas e moradores do município criticaram o corte de 31% do recurso que é destinado ao Hospital Municipal.

A dona de casa Eliana Nunes, moradora de Simões Filho, tomou conhecimento do corte por meio das redes sociais. Para ela, o prefeito deveria ampliar o investimento. “Ele deveria ampliar os recursos para que a unidade de saúde melhore o atendimento, o que ainda deixa muito a desejar. Mas eu vou esperar a nova empresa assumir e observar o resultado. Espero que a gente não sofra ainda mais”, disse.

Um profissional que trabalha na unidade de saúde disse que vê com muita preocupação a redução desses valores. “Dinha não deveria tocar nisso, é um absurdo, não sou a favor desse corte. O povo vai pagar essa conta, com certeza”, disse um funcionário que pediu para não ser identificado, por medo de perder o emprego.

Para um médico que trabalha na rede municipal de saúde, o cenário de redução de recursos ao Hospital Municipal indica uma atitude “gravíssima” e “irresponsável” do atual gestor. “Creio que o hospital vai sofrer as consequências desse corte. A demanda é muito grande e deveria aumentar o investimento e não diminuir repentinamente”, disse ele, pedindo anonimato.

Em janeiro deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) detectou que a cidade de Simões Filho, diminuiu o investimento na saúde. Segundo o cálculo feito pelo CFM, o gasto anual por habitante com saúde no município foi de R$ 418,25, o que coloca a cidade entre os municípios que menos investe na saúde da população. Naquela ocasião, o levantamento do órgão federal ainda comparou o investimento que foi realizado em anos anteriores. Os números mostram que o investimento feito no ano de 2017, foi inferior aos investimentos realizados em 2013, 2014, 2015 e 2016, conforme a tabela abaixo divulgada pelo CFM.

O que diz o Conselho Municipal de Saúde?

Procurado pelo reportagem. o Presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), José Carlos Deiró (Kiko), informou que está acompanhando o processo de licitação e explicou que o novo contrato não deve prejudicar o atendimento no hospital. “O que foi passado para o conselho foi a retirada do Anexo da licitação. Então, o anexo não vai ser licitado, o anexo vai ser à parte onde a prefeitura vai administrar. Só o hospital foi licitado, então esse corte tinha que ser feito. A parte técnica fez o estudo e concluiu que aquele valor de R$1,7 milhão é viável pra que uma empresa faça o gerenciamento só do hospital”, explicou.

O que diz a Prefeitura?

O SIMÕES FILHO ONLINE, parceiro do Aratu On, entrou em contato com a assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Simões Filho para saber o motivo do corte e se o atendimento na unidade de saúde será prejudicado com a redução da verba. A reportagem aguarda resposta.

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