Uma família ameaçada de morte por traficantes precisou se mudar às pressas escoltada por policiais militares na tarde desta segunda-feira (29/07), em Simões Filho (BA), na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O caso aconteceu no bairro do Eucalipto, região da Avenida Paulo Souto, comunidade que faz parte da região central da cidade.
Em nota, a 22ª Companhia Independente de Polícia Militar informou que uma mulher solicitou, por meio da Central de Comunicação da PM, apoio policial para realizar a mudança de sua residência, já que estava sendo ameaçada por criminosos. Escoltados pela polícia, eles retiraram os móveis da casa e se mudaram.
Em comum, as pessoas marcadas para morrer têm o fato de terem contrariado pessoas que dominam o tráfico em suas comunidades, como no caso dessa família de Simões Filho.
O motivo
Segundo a PM, as ameaças começaram acontecer após um membro da família — um rapaz que é usuário de drogas — ter caído em uma abordagem policial e nesta abordagem, uma grande quantidade de drogas teria sido apreendida. A partir daí, a família do rapaz passou a ficar na mira de criminosos e como uma forma de quitar essa dívida, mãe, pai e parentes passaram a ser cobrados para garantir a vida do rapaz. Apesar de ter pago parte da dívida — cerca de R$ 3 mil reais — a família resolveu deixar a comunidade por causa das ameaças, já que não tinha mais dinheiro para quitar o débito.
“Segundo a solicitante, a mesma estaria sofrendo ameaças de traficantes da localidade, que já teriam levado uma certa quantia em dinheiro. Devido as ameaças que estaria sofrendo, não mais tinha interesse em permanecer na localidade. A guarnição da PM se fez presente no local a fim de prestar o apoio necessário a solicitante”, afirmou o Tenente André por meio de nota. A Polícia Militar preservou a identidade dos membros da família.
Entre a proteção e a impunidade
A única medida de proteção eficaz oferecida pelo Estado a quem está “jurado” é o Provita (Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas). O problema, no entanto, são as restrições que o programa exige para que alguém seja incluído.
De fato, muitas pessoas vivem sob ameaças, sem saber que possuem direito a um programa de proteção. Na Bahia, o Programa de Proteção a Vitimas e Testemunhas Ameaçadas (PROVITA) é executado pela Secretaria de Justiça Social em parceria com a Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR. O Provita-BA procura garantir a integridade física de vítimas e testemunhas de crimes, bem como de seus familiares e pessoas, que estejam coagidos ou expostas a grave ameaça por colaborarem com a investigação e o processo criminal, contribuindo para o combate a impunidade e para o exercício da cidadania.
Caso de agressão
A PM também atendeu outra ocorrência na tarde de hoje (29). Por volta das 14h00, uma viatura foi acionada para atender um caso de violência doméstica no bairro de Simões Filho 1. Segundo a corporação, uma mulher sofreu agressões do marido. A vítima e agressor foram conduzidos a 22ª Delegacia territorial para adoção das medidas legais cabíveis.
Comentários estão fechados.