Guedes confira auxĂlio de R$ 400 e diz que estuda forma de alterar teto de gastos
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Guedes confira auxĂlio de R$ 400 e diz que estuda forma de alterar teto de gastos
O ministro da Economia Paulo Guedes afirmou nesta quarta-feira (20), que o AuxĂlio Brasil, programa que pretende substituir o Bolsa FamĂlia e pagará um benefĂcio de R$ 400. Segundo Guedes, o programa poderá ser financiado com cerca de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos. Em participação virtual num evento de entidade da construção civil, ele confirmou parte do pagamento do benefĂcio fora da regra fiscal e disse que o movimento nĂŁo seria necessário se o Senado tivesse aprovado a reforma do Imposto de Renda.
Na avaliação do ministro, o benefĂcio de R$ 400 Ă© temporário e necessário para atender Ă s famĂlias mais pobres, afetadas pela inflação. Segundo ele, o governo deve pedir um “waiver” (perdĂŁo temporário) do teto de gastos para tornar viável o novo programa social.
“Como nĂłs queremos essa camada de proteção para os mais frágeis, nĂłs pedirĂamos que isso viesse como um waiver, para atenuar o impacto socioeconĂ´mico da pandemia. Estamos ainda finalizando, vendo se conseguimos compatibilizar isso”, declarou Guedes. Apenas perto do fim do evento, ele informou que esse waiver teria “um nĂşmero limitado, de pouco mais de R$ 30 bilhões”.
O ministro informou que a equipe econĂ´mica tambĂ©m estudou pedir ao Congresso a antecipação da revisĂŁo do teto de gastos, previsto para 2026. Ele nĂŁo deixou claro se a possibilidade foi descartada. Apesar de admitir a intenção de flexibilizar a regra fiscal, Guedes disse que o governo continua comprometido a buscar o reequilĂbrio das contas pĂşblicas.
“O compromisso fiscal continua. Estávamos estudando se farĂamos uma sincronização de despesas, que sĂŁo salários que seguem um Ăndice, e o teto de gastos, que segue outro Ăndice. Seria uma antecipação da revisĂŁo do teto de gastos, que está para 2026”, explicou.
A emenda constitucional que criou o teto de gastos limita o crescimento dos gastos federais Ă correção do limite do ano anterior pela inflação oficial pelo ĂŤndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pelo texto, o Ăndice de correção sĂł seria revisado em 2026, dez anos apĂłs a instituição do teto.
Guedes disse que a posição da Economia para fontes permanentes já foi dada. “PEC dos PrecatĂłrios mais reforma do IR [Imposto de Renda] daria um bolsa famĂlia permanente de um certo nĂvel”. Sobre o IR, Guedes se refere Ă taxação da distribuição de lucros e dividendos, incluĂda na segunda fase Reforma Tributária concebida pelo MinistĂ©rio da Economia, que nĂŁo avançou no Senado, embora tenha sido aprovada na Câmara. A solução passaria tambĂ©m pela proposta de emenda Ă Constituição (PEC) que parcela o pagamento de precatĂłrios (dĂvidas reconhecidas definitivamente pela Justiça).
“Outra possibilidade: pediriam crĂ©dito extraordinário de atĂ© 30 bilhões ou 30 e poucos bilhões justamente para pagar por esse fator temporário”, disse ao se referir a um valor fora do teto de gastos.
Guedes também negou que o governo seja populista, embora o aumento do programa seja feito apenas até 2022, ano de eleições presidenciais.
“Queremos ser um governo reformista e popular. NĂŁo populista. Os governos populistas estĂŁo desgraçando seus povos na AmĂ©rica Latina. Continuaremos lutando por reformas. Quem dá o timing [o tempo] Ă© a polĂtica”, declarou.
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