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Humilhação Coletiva: Vídeo mostra sofrimento e desabafo de passageiros de Simões Filho

A ida e a volta ao trabalho têm sido um sofrimento para os simoesfilhenses

Humilhação Coletiva – o martírio diário de trabalhadores que utilizam o transporte público em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O Ápice da humilhação coletiva aconteceu na noite desta quarta-feira (27/09), dentro da Estação do Metro do Retiro. Lá, a espera do ônibus é, geralmente, um momento de muito transtorno para a população simõesfilhense. Depois de um dia cansativo no trabalho, o usuário do transporte público de Simões Filho tem de enfrentar ainda os transtornos no retorno para casa. O primeiro momento de sofrimento dos passageiros acontece já dentro da estação: Filas intermináveis e longas esperas. O segundo momento ocorre dentro do coletivo: empurra-empurra – ônibus superlotados e falta de segurança. As cenas se repetem diariamente e as pessoas que dependem do transporte público perdem até três horas na locomoção.

Os depoimentos dos usuários mostram que voltar do trabalho é mais cansativo do que a própria jornada. Cansados dessa humilhação, eles resolveram gravar imagens na noite desta quarta-feira (27/09), da linha Terminal do Retiro x Simões Filho e espontaneamente, narraram seu sofrimento diário à reportagem. “Ontem levei duas horas para pegar um ônibus. Mais um vez a empresa muda o horário sem ter um mínimo de respeito de nos comunicar”, criticou a Técnica de Enfermagem Adriana Morais, 35 anos, moradora do Bairro Simões Filho 1. Segundo ela, além dos constantes atrasos e mudanças sem um prévio comunicado, as pessoas são obrigados a passarem por situações humilhantes. “Por causa da mudança de horário, perdemos o tempo da integração, e nem sempre temos o dinheiro para pagar outra passagem. Ontem, eu tive que pedir dinheiro emprestado aos amigos, e até a desconhecidos para pagar a tarifa, desabafou.

A vendedora Sandra Santos, 25, que embarcar no ônibus após trabalhar o dia inteiro em pé, é outra que não se conforma com a situação. “Estou revoltada. Trabalho o dia todo em pé, chego cansada na Estação, ainda tenho que enfrentar as longas filas, e os ônibus já chegam lotados. Ontem por exemplo, as portas nem fechava. Eu só conseguir entrar no sexto ônibus também bastante cheio”, conta.

Outra que deu seu depoimento foi a cuidadora de crianças que também usa o serviço. Rosenalva Evangelista, 53, também reclama do descaso. Ele disse que alem do sufoco para embarcar no coletivo, a falta de segurança também é outro problema. “É muito sofrido, é uma bagunça total. Eles não têm horário certo e ficamos ‘mofado’ nos pontos. Enfrentamos assaltos direto, principalmente no trecho do Rei da Pamonha. Sem contar que os ônibus estão sujos e velhos, quando chove temos que abrir guarda-chuva dentro do coletivo – tem sido um verdadeiro caos esse transporte”, ressalta.

“Lixo de transporte, reclamamos, os políticos prometem, mas acaba o período eleitoral e nada é feito. Não se respeita idoso, criança e nem ninguém, pois todos viajam nas mesmas condições. Peço que o prefeito de Simões Filho tome uma providência urgente. Passageiros não são cachorros – queremos respeito”, disse Luciene Santos, passageira.

A reportagem do Simões Filho Online, parceiro do Aratu Online, procurou a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA), órgão responsável pelo transporte metropolitano para saber sobre projetos e eventuais soluções para os problemas apresentados. A AGERBA informou ao Simões Filho Online, que “as linhas metropolitanas que chegam até a capital baiana estão passando por um processo de readequação. Estas linhas terão novo quadro de horários, adequados à demanda dos usuários e ao sistema metroviário”.

Já com relação ao estado dos ônibus, o órgão estadual informou que “os veículos são vistoriados periodicamente e que a partir de janeiro de 2018 uma nova frota passará a circular na cidade”.

A AGERBA finalizou dizendo que “dúvidas, reclamações e elogios podem ser registrados junto a Ouvidoria do órgão através do telefone 0800 071 0080 ou e-mail: [email protected]

Já na Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), de Simões Filho, o gestor da pasta, Jackson Bonfim, disse por telefone, que até o momento nenhum passageiro procurou a SEMOB para denunciar os problemas. Segundo o secretário, quando a pasta recebe denuncias envolvendo maus tratos aos passageiros ou mudança de horário, a SEMOB comunica os órgãos responsáveis para que medidas seja adotadas. “Quando é registrada alguma ocorrência na secretaria, nós comunicamos a Agerba e o Ministério Público. Até o momento, nenhum passageiro denunciou nada aqui na secretaria”, disse. O secretário também registou que compete a Agerba fiscalizar o transporte oferecido pela Expresso Metropolitano.

O Simões Filho Online não conseguiu contato com a empresa Expresso Metropolitano, responsável por realizar o transporte de passageiros entre Simões Filho x Salvador.

Jerffeson Brandão – Jornalista DRT 4826-BA
Colaborou Débora Souza

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