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Mais de 20 pessoas foram laranjas em Simões Filho, Lauro e Salvador em fraude de R$ 73 milhões

Ação da Polícia Civil, Secretaria da Fazenda e Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão em Simões Filho | Foto: Divulgação/Polícia Civil

Mais de 20 pessoas foram usadas como laranjas no esquema de sonegação. Um grupo de empresas do ramo de argamassa e material de construção, com débito de cerca de R$ 73 milhões junto ao fisco estadual, é alvo da Operação Beton, deflagrada pela força-tarefa que reúne equipes do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, Sefaz e o Ministério Público Estadual (MP-BA).

Quatro pessoas foram presas e 14 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Simões Filho, Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana. Foram presos temporariamente o dono da empresa Concremassa, José Alberto Cardoso, o filho dele, Raul Góis Cardoso, o contador da empresa, José Humberto Lira de Almeida, além de Otoniel Leal Andrade Junior.

Segundo a Sefaz, há evidências de sonegação, concorrência desleal e acumulação de patrimônio irregular cometido pelo grupo de empresas. “Cumprimos 11 mandados de busca e apreensão. Nós apreendemos principalmente documentos impressos, contratos sociais, computadores e materiais eletrônicos, para reforçar as provas de que essas empresas utilizam vários tipos de fraudes, cometendo crimes fiscais”, destaca o delegado Marcelo Sanfront.

Operação Beton cumpriu mandados de busca e apreensão em Salvador (Foto: Alberto Maraux/SSP)

No esquema, os grupos criavam empresas e utilizavam interposição fictícia de pessoas. Com o aumento da divida fiscal, abandonavam as empresas em nome de ‘laranjas’ e abriam outras, como se não tivessem dívidas no mercado. “Eles tinham como prática a sonegação fiscal e atuavam de forma muito agressiva contra os cofres públicos do Estado da Bahia. Foram criadas empresas em nome de ‘laranjas’ com a finalidade de não pagar qualquer imposto. Também foram identificadas práticas de lavagem de capitais e o débito identificado”, ressalta o promotor Luís Alberto Pereira.

Em entrevista coletiva, a força-tarefa apresentou todo o material recolhido durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nas empresas e residências dos envolvidos em Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas.

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Mais de 20 ‘laranjas’ sem poder econômico estão envolvidos no esquema desenvolvido pelos dois grupos. Segundo levantamento da operação, 14 empresas foram criadas durante o esquema. De acordo com a inspetora da Sefaz-BA, Sheilla Meirelles, essa prática é muito danosa para arrecadação do Estado. “A Secretaria da Fazenda por si só não como fazer a cobrança utilizando essas pessoas, que não têm condição financeira. Como a gente vai recuperar o dinheiro se elas não têm condição? É essa prática que é utilizada por eles”, afirma a inspetora.

De acordo com Alberto Pereira, se condenados, os empresários e o contador vão responder por crime contra ordem tributária, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Os próximos passos são a conclusão da investigação do inquérito policial, presidido pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público, e, em seguida, o oferecimento da ação penal”, completa.

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