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Mulher conta como foi esfaqueada pelo namorado em Simões Filho: ‘Dizia que meu filho tinha pai, mas mãe mais não’

A promoter de eventos Ellen Aragão, conhecida como Monique, de 27 anos, recebeu alta do Hospital Municipal de Salvador (HMS), nesta quinta-feira (22/08), 4 dias após ser esfaqueada dentro de seu apartamento, na presença do filho de 8 anos, em Simões Filho (BA), na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ela acusa o namorado, o fisiculturista e personal trainer Alberto Silva Carvalho Filho, conhecido como “Betão”, de ter comete o crime. Com pontos e hematomas pelo corpo, Ellen Aragão detalhou, em entrevista, o que de fato aconteceu e como conseguiu sobreviver.

Ainda se recuperando dos traumas físicos e emocionais após sobreviver a diversas facadas, a promoter, não tem dúvida de que o namorado foi a casa dela com a intenção de matá-la. As agressões aconteceram na madrugada da última segunda-feira (19/08), no condomínio Residencial do Minha Casa Minha Vida (MCMV), o Universitário I, localizado no bairro Vida Nova.

Betão e Ellen (Foto: reprodução arquivo pessoal)

Os detalhes

Ellen disse, em entrevista, ao repórter Gomes Nascimento, da TV Record, que Betão chegou a casa dela no domingo (18/08). Ela conta que naquele dia resolveu conversar com ele para terminar o relacionamento. “Por volta de 7 horas da noite eu tinha conversado com ele [Betão] que não dava mais para continuar com relacionamento após termos voltado há um mês atrás. Ele não queria ir embora de minha casa, pediu para dormir lá em casa e eu insistir que ele fosse para casa dele, mas ele não quis ir”, contou Ellen.

Segundo Ellen, mesmo sem o consentimento dela, após um tempo de conversa, o acusado acabou dormindo na residência. “Ele acabou ficando, eu cochilei no sofá, ele ainda ficou acordado mais um tempo, depois meu filho também foi dormir”, relatou.

A noite passou e chegou a madrugada, a pior da vida de Ellen e do filho dela de apenas 8 anos de idade. Foi por volta das 3h30 da madrugada de segunda-feira (19/08), quando um celular despertou, que o ataque aconteceu. “Por volta das 3:30, quando o celular despertou para ele ir trabalhar, ele [Betão] já me acordou me golpeando de faca. Antes disso ele tentou ter relação, eu não quis, quando eu virei o rosto para dormir novamente ele já estava me golpeando no sofá, a partir daí eu me joguei no chão para tentar me proteger. Ele colocou a meia na minha boca, tentou me asfixiar para que eu não gritasse e foi só me esfaqueando, foi inúmeras facadas. Enquanto ele me esfaqueava, ele ainda ia relatando porque tava fazendo aquilo comigo. Ele falava que eu era perfeita pra ele, que ele tinha feito de tudo e que eu tava desvencilhando do sentimento dele”, narrou a vítima.

“Naquele momento eu tentava chamar só atenção do meu filho. Eu falei Beto, e meu filho e meu filho. Ele dizia que meu filho tinha pai, mas mãe mais não e que era pra eu ficar quietinha, que eu ia dormir”, relembrou Ellen Aragão em entrevista a TV Record.

Ellen concede entrevista e fala sobre o crime.

O sofrimento tava apenas começando

De acordo com a promoter de eventos, o acusado foi frio e limpou a cena do crime. “Ele fez tudo isso, depois me tirou do chão, me colocou no sofá, me enrolou, passou água sanitária no meu rosto, nas minhas mãos e limpou toda a cena do crime”. Segundo Ellen, o objetivo dele era fazer com que tudo parecesse um assalto — um latrocínio — um roubo seguido de morte. “Ele levou meu celular junto, acho que pra parecer que tinha sido um assalto e durante esse período ele destrancou a porta do quarto do meu filho. Ele [Betão] saiu de casa era 5 horas da manhã para ir trabalhar e deixou as portas abertas, foi aí que meu filho foi chamar ajudar a tempo de salvar a minha vida”, explicou.

Sobrevivência

Durante o tempo que o agressor ficou na casa, Ellen teve que se fingir de morta para que o suspeito não aplicasse mais golpes e fosse embora. De 3h30 às 5h30 são duas horas de sofrimento. Mesmo ferida e com muita dor, a jovem conseguiu controlar a respiração por esse período de tempo. Para o azar do acusado, ela conseguiu sobreviver e foi socorrida pelos vizinhos por voltas das 6 horas ao Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF), por meio de uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU). Em estado grave, ela teve que ser transferida ao Hospital Municipal de Salvador (HMS) e mesmo contando tudo na unidade de saúde, o acusado não foi preso.

Ellen não acreditava

De acordo com Ellen, em dois anos de relacionamento, o suspeito nunca demostrou ser um homem violento. “Ele nunca deu nenhum vestígio de que iria chegar ao ponto do que ele fez agora”, lamenta Ellen. A jovem acredita que o namorado foi a casa dela com tudo planejado. “Acho que ele se planejou, porque a gente já tinha voltado de um término. Teve um dia que ele invadiu a minha casa dizendo eu estar com outro homem, acho que ele iria fazer o que ele tinha planejado, porém eu não tava em casa, eu tinha dormido no meu trabalho com medo dele. E ai ele insistiu pra voltar, a gente voltou e durante esse tempo ele vem planejando fazer o que ele fez na madrugada de domingo para segunda-feira”, explica Ellen.

Acusado se apresenta a polícia

De acordo com a Polícia Civil, o fisiculturista e personal trainer Betão se apresentou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Salvador acompanhado de um advogado e após ser ouvido, foi liberado. Ele nega todas as acusações feitas por Ellen. O advogado do acusado contou que não existe mandado de prisão expedido contra seu cliente e, por isso, após ser ouvido ele foi liberado, mesmo com o delegado querendo que Alberto fosse enviado para a delegacia de Simões Filho.

Em entrevista a Record, o advogado de Betão admitiu que ele passou a noite com a namorada até por volta das 4 horas da manhã, horário em que segundo o advogado, ele saiu para ir para ao trabalho, negando que tenha cometido o crime.

Ellen fala sobre depoimento do acusado

Após o acusado ter negado o crime, Ellen classificou a atitude de Betão como “fria”. “Eu achei uma atitude fria da parte dele, uma pessoa psicopata. Pra fazer o que ele fez comigo, tentar tirar a minha vida e dizer que não fez, que saiu e me deixou bem, mas ele vai pagar por isso, eu sei que ele vai”, ressaltou.

“Vou tentar esquecer, vai ser difícil, mas vou tentar aliviar mais o sofrimento psicológico”, Concluiu Ellen.

O caso continua sendo investigado por agentes da 22ª Delegacia Territorial (DT) de Simões Filho.

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