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E o que podemos esperar depois do dia 15?

Junho de 2013: será que estas cenas vão se repetir?

Só se fala disso: em todas as rodas de conversa, nas rádios e nos jornais, nos botecos e nas igrejas, nas famílias e nas feiras, no governo e na oposição, o assunto agora se resume ao que pode acontecer durante as manifestações marcadas para domingo, dia 15. A maioria nem sabe direito do que se trata exatamente, mas não tem dúvidas de que é alguma coisa de protesto grande contra Dilma, o PT e “tudo isso que está aí”.

O próprio governo federal parece não ter a menor ideia do tamanho que esses atos poderão ganhar, mas agora até a presidente Dilma Rousseff mostra estar bastante preocupada. Depois do panelaço de domingo passado e dos palavrões e das vaias que ela ouviu nesta semana ao chegar a um evento em São Paulo, a ficha finalmente caiu.

A presidente resolveu montar um plantão de emergência e já convocou seus principais ministros para acompanhar as manifestações perto dela em Brasília. Ficarão sem folga no fim de semana Aloizio Mercadante, da Casa Civil, José Eduardo Cardozo, da Justiça, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral, Thomas Traumann, da Comunicação, e até o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

Enquanto isso, a oposição partidária liderada pelo PSDB faz que vai, mas não vai, no seu tradicional estilo plantado em cima do muro. Deixou a mobilização por conta de duas dezenas de grupos montados nas redes sociais, como Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line, e vai ficar na janela para ver o que acontece. Durante toda a semana, o ex-candidato presidencial e senador tucano Aécio Neves repetiu que apoia as manifestações, mas não irá às ruas para evitar a vinculação dos “protestos espontâneos da população” com partidos políticos.

Antes que a quarta-feira terminasse, porém, Aécio deu uma entrevista à rádio Jovem Pan, espécie de porta-voz oficial dos movimentos contra a presidente Dilma, em que admitiu mudar de ideia. “Sou um cara de rompantes. Quem sabe na hora eu não resisto?”. O único partido que assumiu abertamente o apoio ao “Fora Dilma”, até agora, foi o Solidariedade, do bélico e impagável deputado Paulinho da Força, sempre ele.

Agora que a crise está transbordando dos plenários e gabinetes para as ruas, passam para segundo plano a CPI da Petrobras, a Lista do Janot, as intermináveis delações premiadas de doleiros e outros corruptos assumidos na operação Lava Jato, e até as lambanças na coordenação política do governo.

Personagens carimbados como Renan, Cunha, Mercadante, Levy, Zé Agripino e outros frequentadores dos telejornais vão ter que abrir espaço para novas celebridades ainda anônimas, mas que certamente vão aparecer surfando nas manifestações.

O massacre é tamanho na mídia e nas redes sociais que não ouço ninguém falar no outro ato marcado para esta sexta-feira pela CUT e movimentos sociais ligados ao PT, em defesa da Petrobras, da reforma política e do governo eleito em outubro. Inverteram-se os papéis entre vidraça e estilingue.

É melhor esperar para ver o que acontece. Estou mais preocupado é com o dia 16 para saber como o país reage às manifestações, a depender das dimensões que elas ganharem ou não. Os protestos vão se multiplicar, como aconteceu em 2013? Até onde irão? Com o mau humor generalizado da população, a falência do sistema político-partidário e a ausência de lideranças respeitadas na sociedade civil, tudo pode acontecer _ e neste cenário de barata voa não costuma ser coisa boa. Até rimou…

E o caro leitor arrisca algum palpite?

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