Infelizmente, foi com o alto índice de violência, que os brasileiros passaram a notar Simões Filho, cidade da Região Metropolitana de Salvador, com cerca 133 mil habitantes, de acordo com estimativas de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade da região metropolitana chegou até a atrair grandes negócios e, com eles, também uma realidade de violência. Vizinho a Camaçari, onde está instalado o Polo Industrial, Simões Filho tem a 5ª maior economia da Bahia, mas amarga o pior Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014 na Bahia e ocupa a 7ª colocação no Brasil, segundo relatório do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência divulgado em 2015, pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República. Ou seja, Simões Filho é 7º município brasileiro em que jovens estão mais sujeitos a mortes violentas e a situações de pobreza e desigualdade.
Dados foram divulgados em 2015A liderança do município em termos de vulnerabilidade na Bahia e a 7ª colocação no Brasil está diretamente relacionada aos homicídios, em sua grande maioria motivados pelo tráfico de drogas, além da pobreza e falta de acesso à educação de qualidade. Na cidade, não é difícil encontrar casos de jovens e famílias que vivem de perto problemas relacionados à violência.
Os resultados da pesquisa, que leva em consideração dados não apenas relacionados a homicídios, mas também mortalidade em acidentes de trânsito, frequência à escola e situação de emprego, pobreza e desigualdade, mostram, de forma inédita, em quais locais os jovens negros estão mais sujeitos à violência.
Com o relatório em mãos, o governo conclui que os negros ainda compõem o grupo que mais precisa ser priorizado nas políticas sociais, diante das disparidades na questão de renda, educação e, consequentemente, violência.
E o que a pesquisa agora traz em dados, já era sentido diariamente pela população negra e parda em Simões Filho. Os jovens da cidade se dividem entre a vontade de deixar o município para trás ou o desejo de permanecer no lugar onde cresceram, apesar dos problemas.
Os dados apresentado foram divulgados em 2015 e fazem parte do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014, elaborado em parceria da secretaria, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ministério da Justiça e o escritório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil.
Segundo o governo, o novo indicador será utilizado pelo Plano Juventude Viva, da Secretaria Nacional de Juventude, para orientar políticas públicas de redução da violência contra jovens no país.
Outro estudo – melhorou
Um estudo divulgado neste mês de setembro de 2015 pelo Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (Ipea) revela que entre os treze municípios da região metropolitana de Salvador, Simões Filho é a 4º no ranking que apresenta um maior percentual com alta vulnerabilidade social na RMS. Atrás apenas de Candeias, São Sebastião do Passé e Madre de Deus. Segundo os dados do ‘Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros’, que apresenta o Índice de Vulnerabilidade Social. Salvador ocupa a 5ª posição.
O índice mostra que a região metropolitana de Salvador melhorou no período. Dentre os indicadores abordados no Atlas, os que mais evoluíram em cada uma das dimensões foram o acesso ao serviço de coleta de lixo (dimensão “infraestrutura urbana”), a queda da mortalidade infantil (dimensão “capital humano”) e a redução do trabalho informal (dimensão “renda e trabalho”).
No entanto, apesar do estudo mostrar evoluções sociais, em comparação aos números apresentados em 2000, a evolução da década, segundo o Ipea, não foi suficiente para retirar os municípios baianos do Índice de Vulnerabilidade Social na região metropolitana de Salvador. Em 2000, a Região Metropolitana de Salvador apresentava IVS igual a 0,477, situando-se na faixa de alta vulnerabilidade social. Já em 2010, Região Metropolitana de Salvador apresentava IVS de 0,369, passando para a faixa de média vulnerabilidade social.
O Índice Vulnerabilidade Social é composto por 16 indicadores divididos em três dimensões: Infraestrutura Urbana, Capital Humano, e Renda e Trabalho. Assim, a publicação aponta o avanço dos indicadores em todas as dimensões, refletindo a ampliação do acesso, pela população, aos direitos sociais.
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