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104 ônibus de Simões Filho foram assaltados em 2015; passageiro pode ser ressarcido; entenda

Perdeu, perdeu! Passa tudo! Quem já ouviu essas palavras (expressão) dentro de um transporte coletivo sabe muito bem como é o momento. Sua barriga parece um cubo de gelo, as lembranças de cada segundo de sua vida passam em sua cabeça. Naquele momento, a única solução é pedir a Deus para o criminoso levar apenas sua bolsa, carteira com documentos, cartões, dinheiro, celular com os contatos do whatsapp, caderno de anotações, entre outros e deixa o que há de mais precioso – a sua vida.

104 ônibus assaltados

O número de assaltos a ônibus de Simões Filho aumentou significativamente. Em 2015, conforme levantamento feito no site da Secretaria de Segurança pública, 104 ônibus da empresa Expresso Metropolitano foram assaltados. Uma média de 14 assaltos por mês.

104 ônibus da empresa Expresso Metropolitano foram assaltadosem 2015| Foto: ilustrativa

Normalmente, os assaltantes entram nos coletivos, impõem medo e saqueiam os passageiros que estão a caminho do trabalho, da faculdade, do dentista ou qualquer outro destino.

Não tem hora e lugar!

Único meio de condução para os simõesfilhenses, utilizar o transporte público é um desafio. Os usuários do transporte coletivo vivem atormentados com a provável ameaça de ser assaltado a qualquer hora e em qualquer lugar e suspeitam de qualquer pessoa que entra no coletivo.

Com o crescimento das ocorrências, moradores de Simões Filho estão evitando levar objetos de valores. Há quem diga que esconde o aparelho celular dentro das calças para evitar que ele seja levado em um possível assalto. Esse drama é vivido por passageiros diariamente.

As linhas que mais registram assaltos são Simões Filho x Terminal da França, Simões Filho x Itapuã; Ilha de São João x Pituba; Ilha de São João x Campo Grande. Há registros de assaltos em coletivos que fazem a linha Simões Filho x Orla, e Simões Filho x Lapa/Barra, porem, com uma frequência menor.

Entre os 20 assaltos que ocorreram no mês de julho, um assalto chamou bastante atenção, a linha Simões Filho/Barra foi alvo 10 bandidos quando o veículo passava pela Avenida Barros Reis, na capital baiana. Participaram do arrastão 8 homens e 2 mulheres. Passageiros disseram que os marginais estavam realizando um treinamento.

A ação aconteceu quando o ônibus retornava para seu local de destino, Simões Filho. Uma passageira contou os detalhes da ação.

— Eu peguei o ônibus na Bonocô – percebi que eram ladrões – porem, tive que seguir a viagem por conta de um compromisso que eu tinha em Simões Filho – já estava no ponto há mais de 1 hora. O motorista estava correndo e os criminosos gritavam [motorista de fuga…], isso já era um indicativo que um assalto iria acontecer.

— Quando chegamos ao ponto depois do Atacadão na Av. Barro Reis – um deles começou a gritar: [Simões Filho, vamos pra Simões Filho, lá é CP]. Aí fiquei mais angustiada. O ônibus começou a encher e um deles bradou: [mega sena acumulou – quem será o sortudo?]. Interpretei como um código para iniciarem o assalto. No ponto da Coca-Cola, ainda na Avenida Barro Reis, começou a ação assustadora. Eu senti que eles estavam treinando os mais novos, já dicas eram passadas durante a ação.

Prejuízo pode ser ressarcido!

Ter que administrar prejuízos financeiros oriundos dos assaltos é uma tarefa árdua. Os criminosos fogem levando produtos que muitas vezes foi comprado parcelado no cartão. A exemplo de celulares e relógios. Outros pertences como bolsas, carteiras, cartões, documentos, e até mesmo o dinheiro do aluguel são levados.

Porém, muitas vítimas não sabem que o prejuízo poderia ser ressarcido pelas empresas de ônibus. Segundo PROCON-Bahia, em situações específicas, a vítima de assalto pode ser reparada.

—Para responsabilizar o fornecedor é necessária a participação deste, ainda que indireta no evento danoso, exemplo: o motorista parou fora do ponto e o assaltante entrou no ônibus.

Ainda segundo o órgão de defesa do consumidor, o passageiro terá que comprovar que há culpa do funcionário da empresa no crime para ter direito ao ressarcimento. Imagens de câmeras de segurança de uma via, por exemplo, poderiam ser usadas como prova da responsabilidade do rodoviário.

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