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“Eu quero que Kátia devolva meus filhos” diz mãe de irmãos mortos há quase dois anos em Ondina

Um caso que foi uma das notícias de maior destaque no ano de 2013. Gerou grande repercussão nos meios de comunicação de massa e tomou enormes proporções. Kátia Vargas é acusada de ter matado os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, de 22 e 23 anos, em um acidente no bairro de Ondina, em Salvador.

Em entrevista exclusiva concedida ao Simões Filho Online, nesta terça-feira (18), a mãe dos irmãos, dona Marinúbia Gomes Barbosa, de 46 anos, relembra o caso que vai completa dois anos e sob forte emoção fez mais um desabafo. “Eu nunca vou esquecer o dia 11 de outubro de 2013, meu filho estava indo trabalhar com uma mochila nas costas e não voltou mais. Ainda estou processando em minha mente o que aconteceu com os meus filhos – um vazio, uma dor e uma tristeza tão grande dentro mim. Mas, em meu coração também existe uma esperança, uma resistência e isso é o que tem me fortalecido. Não vou sossegar enquanto não ver Kátia vagas presa e pagando pelo crime que cometeu”.

Marinúbia Dias, mãe de irmãos mortos em Ondina, Salvador, Bahia | Foto: Arisson Marinho – Correio

Ódio ou raiva?

Em suas palavras, Marinúbia diz não ter ódio ou raiva da médica, porém, bastante emocionada, a mãe dos jovens pediu os filhos de volta. “Eu quero que Kátia devolva os meus filhos – como sei que ela não vai me devolver – quero que ela vá a júri popular e seja condenada, como ela vai ser”.

Durante a entrevista, ela revelou ter o desejo de olhar nos olhos de Kátia Vargas e perguntar: “Porque você fez isso?”.

Só quero justiça

“Não importa quanto tempo passe, eu só quero justiça. Daqui a 15 dias eu vou para porta do Tribunal de Justiça – quero um parecer em relação à data do julgamento que ainda não foi marcada. Só quero saber a data em que a médica vai a júri popular”.

Médica leva vida normal

“Kátia Vargas voltou a trabalhar normalmente em Salvador. Ela tem que trabalhar mesmo para poder ter condições de pagar três especialistas em júri popular”. A informação parte de Marinúbia Gomes, mãe de Emanuel e Emanuelle.

Gratidão

Marinúbia relatou que a solidariedade que tem encontrado nas ruas por parte de pessoas desconhecidas tem sido umas das motivações para continuar lutando por justiça. “Aonde eu vou as pessoas me reconhecem, me abraçam e dão uma palavra de conforto”.

Dor continua a mesma

Foto: Reprodução / Facebook)

Marinúbia revelou que a dor continua sendo a mesma desde que soube da morte brutal dos filhos Emanuel Gomes Dias, 22, e Emanuelle Gomes Dias, 23, no dia 11 de outubro de 2013. Os dois morreram ao cair da moto em que viajavam na orla de Ondina. A médica oftalmologista Kátia Vargas dirigia um Kia Sorento Branco (placa NZK-6668), enquanto os irmãos Emanuel e Emanuelle estavam a bordo de uma moto modelo XTZ da Yamaha. A médica é acusada de atingi-los propositalmente.

Investigação

A investigação concluiu que houve uma perseguição, culminando no acidente que foi registrado por câmeras de segurança. A médica teria tocado na moto, que perdeu o controle e bateu no poste, levando os irmãos à morte.

Na época, Kátia Vargas ficou durante seis dias internada no Hospital Aliança e, assim que recebeu alta, foi encaminhada para o Conjunto Penal Feminino, na Mata Escura. Dias depois, a acusada ganhou o direito de responder o processo em liberdade. Quase dois anos depois, os familiares das vítimas ainda clamam por justiça e pedem celeridade no processo.

Para Marinúbia, todas as evidências o levam a acreditar que houve dolo na atitude da médica. ”18 pessoas por livre e espontânea vontade se colocaram a disposição para depor. O juiz nem ouviu todas as testemunhas”.

Baseada em imagens da Secretaria da Segurança Pública (SSP), depoimento de testemunhas e dos laudos do Departamento de Polícia Técnica, a polícia fechou o inquérito e o Ministério Público denunciou Kátia por duplo homicídio triplamente qualificado. O tempo de prisão para esse tipo de crime é de 24 a 60 anos.

Kátia Vargas é acusada de ter matado os irmãos Emanuel e Emanuelle, em um acidente no bairro de Ondina, em Salvador

As últimas informações sobre Kátia Vargas Leal Pereira, indiciada por duplo homicídio triplamente qualificado, dão conta de que ela teria voltado a atender pacientes em uma clínica em Salvador. Em dezembro de 2013, a médica quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre a morte dos irmãos Emanuel e Emanulle através de um vídeo divulgado para a imprensa, a acusada chorou e afirmou ter recebido ameaças de morte após o acidente.

“Apareceram fotos de meus filhos na televisão, apesar de serem menores de idade. Meu marido foi exposto. Minha clínica foi ameaçada de depredação. Recebemos ameaça de morte. Minha filha ficou sem ir para a escola durante mais de um mês por conta disso”, disse Kátia na gravação. Em outro trecho, ela dirige-se aos familiares das vítimas. “Se eu pudesse falar para a mãe desses meninos, olho no olho, queria que ela soubesse que sou inocente, não matei esses meninos, não tive culpa nesse acidente”, desabafou no vídeo, assista abaixo.

Relembre o caso

Os irmãos morreram em Ondina em outubro do ano passado. Eles estavam em uma moto que sofreu uma batida do carro dirigido por Kátia Vargas – segundo a conclusão do inquérito policial e acusação do Ministério Público (MP), a batida foi provocada de maneira intencional pela médica. Ela havia discutido com Emanuel perto de um sinal pouco antes.

De acordo com o inquérito policial da 7ª Delegacia (DT/Rio Vermelho), a oftalmologista arremessou o veículo que dirigia, modelo Sorento, contra uma moto Yamaha XTZ pilotada por Emanuel Gomes Dias que trazia na garupa sua irmã Emanuele Gomes Dias, projetando-os contra um poste, em frente ao Ondina Apart Hotel, resultando na morte instantânea dos irmãos.

Imagens gravadas do local mostram o carro da médica seguindo atrás da moto antes da batida. A medica ficou presa por quase 2 meses no Conjunto Penal Feminino, no Complexo da Mata Escura.

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